sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nas Raias da Descrença


Por acaso você já se indignou tanto com o mal e com a injustiça no mundo que simplesmente quis gritar "Por que? Por que, Senhor?". Basta você assistir ao noticiário de televisão para ficar chocado diante do infindável desfile de tragédias humanas, da dor e do sofrimento. Quem sabe você tenha recebido a noticia de uma grande injustiça: Outro motorista embriagado que fugiu de um acidente onde pessoas inocentes foram mortas; outro marido que abandonou a esposa e filhos para buscar o próprio prazer; outro criminoso libertado em virtude de falha na justiça humana, outra mãe que abandonou seu bebê no lixo, uma manipulação aqui, uma politicagem ali - e a lista continua indefinidamente. Por que?? Perguntamos. 

Bom, se você já se sentiu assim, o Salmo 73 lhe trará grande consolo.
A segurança e a auto confiança do salmista estavam destruídos. Sua fé estava prestes a deslizar por uma encosta escorregadia que o conduziria á descrença.
É perfeitamente possível compreender sua revolta interior: Ele não conseguia explicar e entender porque os ímpios prosperavam, enquanto ele, servo do Senhor estava sofrendo injustiças. Por que? pergunta ele.


Parece que os ímpios tem um "poder" de influencia sobre os fieis. A influencia de incitá-los a duvidar que Deus observa sua angustia. Parece que nada barra o avanço dos ímpios, pois tudo o que eles tocam parece virar ouro. (v.10) Sua arrogância é escarnecedora: "Como o sabe Deus?". Supõem eles que Deus não tem conhecimento daquilo que fazemos, e portanto podemos agir como bem desejamos. Essa postura maligna abala tanto o salmista que ele eleva as mãos aos céus em atitude de desgosto concluindo: "Tudo foi em vão" (v.13). Ele sente que de nada valeram seus esforços por conservar puro e inocente seu coração.
Hoje, acontece o mesmo, nós podemos ser influenciados pelas as mesmas situações se desviarmos os olhos do Senhor, olhando somente para as injustiças á nossa volta. Porém, o salmo sofre uma súbita mudança no versículo 17. "Até que entrei no santuário de Deus e atinei para o fim deles" Sl 73;17. Quando o salmista entre na presença de Deus e reflete sobre o fim dos ímpios, ele reconhece que estava embrutecido pela revolta de ver tanta injustiça.
Os ímpios estão num lugar escorregadio, pois acabarão se encaminhando á ruína se permanecerem no caminho do mal. A imagem do sonho no versículo 20 é bem impressionante.
"Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares desprezarás a imagem deles".

O salmista Asafe, sente-se envergonhado nos versículos 21-22 por ter deixado seu coração amargurado, seu espírito desgostoso, diante daquilo que considerava como problema insuperável para Deus. Agora, porém, ele vê que esteve "embrutecido" e "que nada sabia"; que agiu como um animal (v.22). Nós agimos da mesma forma quando deixamos de ver as coisas do ângulo de Deus.
Jó é um exemplo dessa atitude. Mas essas verdades lhe voltaram á consciência quando ele começou a duvidar de Deus em meio as tribulações. Quando Deus finalmente se voltou a ele, Jó humildemente concluiu que tinha falado do que não entendia. "Coisas maravilhosas demais para mim, e que eu não compreendia" (Jó 42:3).


As vezes, é difícil não sentir revolta  e não ficar abalado diante de tantas coisas injustas e podres que se apresentam diante de nós, pois somos bombardeados com injustiças por todos os lados. Mas, ao nos aproximar-mos de Deus, entrando em sua presença, entendemos que o que realmente conta é o fim da nossa  caminhada com Deus, e a vida deve ser vista por nós, filhos de Deus, á luz da eternidade.
E quando você estiver cansado  quase desfalecendo na fé, por causa dos que procedem com maldade e injustiça declare como o salmista Asafe:
"Ainda que minha carne e minha alma desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre" Salmo 73:26.




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