Bom, se você já se sentiu assim, o Salmo 73 lhe trará grande consolo.
A segurança e a auto confiança do salmista estavam destruídos. Sua fé estava prestes a deslizar por uma encosta escorregadia que o conduziria á descrença.
É perfeitamente possível compreender sua revolta interior: Ele não conseguia explicar e entender porque os ímpios prosperavam, enquanto ele, servo do Senhor estava sofrendo injustiças. Por que? pergunta ele.
Parece que os ímpios tem um "poder" de influencia sobre os fieis. A influencia de incitá-los a duvidar que Deus observa sua angustia. Parece que nada barra o avanço dos ímpios, pois tudo o que eles tocam parece virar ouro. (v.10) Sua arrogância é escarnecedora: "Como o sabe Deus?". Supõem eles que Deus não tem conhecimento daquilo que fazemos, e portanto podemos agir como bem desejamos. Essa postura maligna abala tanto o salmista que ele eleva as mãos aos céus em atitude de desgosto concluindo: "Tudo foi em vão" (v.13). Ele sente que de nada valeram seus esforços por conservar puro e inocente seu coração.
Hoje, acontece o mesmo, nós podemos ser influenciados pelas as mesmas situações se desviarmos os olhos do Senhor, olhando somente para as injustiças á nossa volta. Porém, o salmo sofre uma súbita mudança no versículo 17. "Até que entrei no santuário de Deus e atinei para o fim deles" Sl 73;17. Quando o salmista entre na presença de Deus e reflete sobre o fim dos ímpios, ele reconhece que estava embrutecido pela revolta de ver tanta injustiça.
Os ímpios estão num lugar escorregadio, pois acabarão se encaminhando á ruína se permanecerem no caminho do mal. A imagem do sonho no versículo 20 é bem impressionante.
"Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares desprezarás a imagem deles".
O salmista Asafe, sente-se envergonhado nos versículos 21-22 por ter deixado seu coração amargurado, seu espírito desgostoso, diante daquilo que considerava como problema insuperável para Deus. Agora, porém, ele vê que esteve "embrutecido" e "que nada sabia"; que agiu como um animal (v.22). Nós agimos da mesma forma quando deixamos de ver as coisas do ângulo de Deus.
Jó é um exemplo dessa atitude. Mas essas verdades lhe voltaram á consciência quando ele começou a duvidar de Deus em meio as tribulações. Quando Deus finalmente se voltou a ele, Jó humildemente concluiu que tinha falado do que não entendia. "Coisas maravilhosas demais para mim, e que eu não compreendia" (Jó 42:3).
As vezes, é difícil não sentir revolta e não ficar abalado diante de tantas coisas injustas e podres que se apresentam diante de nós, pois somos bombardeados com injustiças por todos os lados. Mas, ao nos aproximar-mos de Deus, entrando em sua presença, entendemos que o que realmente conta é o fim da nossa caminhada com Deus, e a vida deve ser vista por nós, filhos de Deus, á luz da eternidade.
E quando você estiver cansado quase desfalecendo na fé, por causa dos que procedem com maldade e injustiça declare como o salmista Asafe:
"Ainda que minha carne e minha alma desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre" Salmo 73:26.
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